sexta-feira, 30 de maio de 2008

(Pintura: Esteban)
Sem parada


Teu fantasma na luz
Incandescente da lua
Que entra em meu quarto.
Teu fantasma, espectro de dias não vividos,
De desculpas não aceitas, de mágoas não choradas,
De flores guardadas num livro que não sei qual é
E, estupidamente me agarro pensando
Haver ali, mais que o mofo desse sentimento
Que permanece inerte, numa noite qualquer, em uma praia qualquer em que havia essa mesma lua branca inerte incandescente.
Do meu torpor a pergunta:
Quando cessa o sentimento, quando se transforma em esquecimento?
Como pode ainda esse hábito insone de lembrar só sua figura?
De que forma ...... os escrúpulos do amor?
O amor tem escrúpulos?
Tanto renego esse amor melado, pegajoso, andarilho de lugar algum.
Por que uma luz diferente, um foto amarelada em que aparece seu sorriso, que ainda hoje deve ser o mesmo. Franco?! Transforma planos em nada?
Amores em desilusões. Um coração quieto e certo, em um órgão taquicárdico, num corpo ofegante?

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