quarta-feira, 23 de julho de 2008

O BARRO



Então, aquele discurso de Betânia não ficaria, obviamente, sem instigar, divagar (sendo eu tão pragmática, como diz Adri, não poderia deixar de continuar por ai filosofando, metaforizando, para ter uma resposta rsss) na rede massificada onde nem tudo é bom nem tudo é "verdade", nem tudo é real, nem tudo é virtual embora virtual, nesse emaranhado de universos possíveis e passiveis de encontros e desencontros, e ainda, possibilidades de expandir nossas reflexões ou perdermos completamente nossas referências, ficarmos tão perdidos de link em link...

Encontrei algo interessante, e vasculhando encontrei um trabalho fotográfico de Misha Gordin, que gosto muito. Pensando ainda em massificação e expressão, corpo e conceito, meio e mensagem. Bom, para suas próprias conclusões. Lembrando que o processo de Misha Gordin é feito com o mais tradicional da fotografia de laboratório sem retoques digitais, e ainda assim é incrível. deixo o sit para visitarem o portfólio. E aqui as fotografias que separei sobre o que estamos falando:

http://www.bsimple.com/shout.htm











terça-feira, 22 de julho de 2008

tatuagens literárias - moda ou devaneio?

Achei interessante esse artigo sobre tatoo, deixei um post no mesmo se alguém se interessar em dialogar...
http://blog.uncovering.org/archives/2008/07/tauagens_litera.html


e este é meu comentário:

Acho incrível que algo tão particular gere tanta polêmica. O que faço com meu corpo ofende? É para pensar. Talvez o outro pode ser espelho e então não gostar do que vê? Ou gostar? Acredito que jamais entenderemos o "outro" que habita em nós quanto mais o outro que "vemos". Temos várias maneiras de manipular o próprio corpo mas acredito não ser suficiente pensar que somos só corpo e que uma Tatoo talvez seja exibição, pode ser também, e daí? Não nos pintamos?? Furamos a orelha?? Usamos um sapato novo?? Um adereço qualquer? O corpo sempre foi suporte para o ser humano. Tanto nos tempos primevos como os de agora. O corpo pode ser mensagem, a dança por exemplo, o canto?? Cantar ofende?? Dançar ofende?? Depende que como chega aos olhos e ouvidos do "outro". Acima de tudo acredito que nós seres humanos queremos nos expressar, nos comunicar, consigo e com os "outros". Envelhecer também faz parte da mensagem que nosso corpo envia ao tempo, ter desenhos/letras/símbolos que envelhecem junto com a pele pode traduzir ainda melhor essa passagem, como os relógios de Dalí.

"sem conhecer os guardiões insanos que habitam o oceano" é uma das frases/letras que trago tatuada em meu corpo-mensagem-meio-comunicação.

"Viver é a arte de passar pelas frestas" (Ana Rego Monteiro

Ulisses

Não senti vontade alguma de escrever aqui, neste espaço, por um longo período. Mas hoje acordei muito bem e com muita vontade de contar. Finalmente consegui dormir tranquilamente, profundamente, sem interrupções, sem intermitências, sem pesadelos. Acredito que estou muito perto, de ter conseguido acalmar meu "coração selvagem" . Viver somente este dia não quer dizer não ter planos, mas compreender que tudo pode mudar o tempo todo, então ter ações mais atentas. Buscar compreender o tempo relativo que se vive. Sentir cada momento, fazer o próprio tempo. Ter prazer em fazer pequenas coisas e estar inteira em cada uma delas, mesmo as mais banais.
Preparar uma demorada refeição, quando o que importa não é somente o comer mas o efeito ao longo de todo processo de feitura. Para quem estou cozinhando, com quem converso, quem colabora na deliciosa aventura de manipular alimentos. (sei, alguns vão rir, nunca tive muita afinidade com a cozinha, mas é isso, descobrir coisas que eram aborrecidas como algo prazeroso e momento de trocar carinho). Sim cozinhar é uma forma de carinho. Penso que momentos de felicidade são aqueles em que se prepara algo pensando na beleza, na sensação que causará nas pessoas, no prazer de conviver. "Somente o que interessa".
é muito preferível, pelo menos do meu ponto de vista, ter poucos amigos mais cultivar essas amizades como se cuida de um bonsai, de uma orquídea, de um jardim, com responsabilidade e prazer, do que ter tantos conhecidos que não se aprofundam nas relações. Relação superficial que parece atitude das corporações, muitos contatos dos quais você pode se valer para atingir algum objetivo mas que jamais convidaria para compartilhar sua casa.
Tenho sim, pelo menos por ora, acalmado meu ser interior (já sendo redundante rsss). Acredito que é preciso coragem para tomar a própria vida nas mãos. Não quero ser alguém "lendo Maiakóvski na loja de conveniência" ser culpada de desperdiçar a própria vida, não, quero andar com calma olhando o que me circunda, olhar tão profundamente quanto possível cada instante, estar atenta para as pessoas interessantes que chegam, para o gesto que antes não havia notado, aceitar o carinho do outro como um gesto verdadeiro, pelo menos o seu gesto.