MILONGA DE SOMBRAS (Jaime Vaz Brasil)
(As Graduais Sombras
em Jorge Luiz Borges)
As sombras que me rodeiam
virão um dia cegar-me.
Seus vultos lentos e escuros
incitam mudos alarmes.
O vidro das ampulhetas
espelha as sombras que sinto.
na luz que os poucos se afasta
perdida em meus labirintos.
A mão que empunha o destino
e entre as sombras passeia
derrama sobre meus olhos
negros punhados de areia.
Um tigre manso e selvagem
nas cores forja o oposto
enquanto garras de sombra
insere contra meu rosto.
A noite áspera e longa
põe vendas em minhas vistas
e em suas sombras perenes
me aflige e me conquista.
A mão que empunha o destino
punhais de sombra me entrega;
e me reflito, impassível,
em suas lâminas cegas.
às vezes, não é sua culpa
Há 2 anos
2 comentários:
Realmente muito bom. Jaime Vaz brasil é um dos meus poetas brasileiros preferidos. PArabens pelo sítio.
António João Alves / Coimbra
Obrigada Antonio, por seu cometário. Seja bem vindo.
Cel
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