domingo, 17 de agosto de 2008

vazio

MILONGA DE SOMBRAS (Jaime Vaz Brasil)


(As Graduais Sombras
em Jorge Luiz Borges)

As sombras que me rodeiam
virão um dia cegar-me.

Seus vultos lentos e escuros
incitam mudos alarmes.

O vidro das ampulhetas
espelha as sombras que sinto.

na luz que os poucos se afasta
perdida em meus labirintos.

A mão que empunha o destino
e entre as sombras passeia

derrama sobre meus olhos
negros punhados de areia.

Um tigre manso e selvagem
nas cores forja o oposto

enquanto garras de sombra
insere contra meu rosto.

A noite áspera e longa
põe vendas em minhas vistas

e em suas sombras perenes
me aflige e me conquista.

A mão que empunha o destino
punhais de sombra me entrega;

e me reflito, impassível,
em suas lâminas cegas.

2 comentários:

Anônimo disse...

Realmente muito bom. Jaime Vaz brasil é um dos meus poetas brasileiros preferidos. PArabens pelo sítio.
António João Alves / Coimbra

Anônimo disse...

Obrigada Antonio, por seu cometário. Seja bem vindo.
Cel